terça-feira, 11 de março de 2008

Dois milhões de portugueses esfomeados

O Presidente da República disse que era uma vergonha
Para todos nós, o nível de miséria a que chegámos.
O Presidente da República disse que era uma vergonha
A fabulosa soma de dez milhões de euros por dia.
Há mais desigualdades entre ricos e pobres
Vinte em cada cem portugueses caíram na extrema pobreza
O Presidente da República disse que era uma vergonha
Vinte em cada cem portugueses
São uma vergonha!

Trinta e três anos de demagogia andámos todos a brincar
Abonam as desigualdades nestes
Trinta e três anos de demagogia
Numa sociedade que trocou tudo pela liberdade
Foi em nome dela que se justificou a Revolução de Abril
Foi em nome da extrema pobreza
Foi em nome de todos os pretextos
Foi em nome da enxurrada de igualdade, justiça, paz social
Foi em nome da aragem e do clima irrespirável
De vinte em cada cem portugueses

O Presidente da República disse
Que era uma vergonha. Paciência!!!
Vila Real (distrito). São pacientes que são
Os primeiros a cumprir
E os últimos a receber (as sobras).
Desprezadas albufeiras abastecendo o país
Desprezados seis da mesma família que
Dorme num moinho a apodrecer
Como cogumelos em pleno Outono.

O Presidente da República disse que era uma vergonha
Sem que o fisco ou os tribunais possam intervir.
Um perdão de quinze milhões de euros a um filho rico
E as vacas magras a caminhar para o suicídio social.
Custa reconhecer, na praça pública. Um paradoxo
De dez milhões por dia, de dez milhões por dia…
Custa reconhecer…
Que os ricos antes do 25 de Abril fizera-se do nada
Que os ricos hoje nascem por geração espontânea.
O Presidente da República está cá para os defecar e
Disse que era uma vergonha.

O governo da paz anunciou
Sucessivas políticas castradoras
Direitos adquiridos vilipendiados
O governo da paz anunciou
Que os direitos adquiridos
Que deram o corpo ao manifesto
São um bolso para ser assaltado
O governo da paz anunciou
Quanto mais dinheiro vem,
Mais a miséria aumenta.
O Presidente da República disse
Que era uma vergonha.

A partir do texto original de Barroso da Fonte (?/09/07)

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