domingo, 10 de agosto de 2008

Somos um país do “faz de conta...”

A criminalidade…
À paulada e à pistola: agora, não ;
Já só se faz com rajadas de metralhadora.
Um país onde da criminalidade em autogestão tem primado,
A criminalidade encontra um país assustado
Com o futuro.

Os agentes da PSP frequentam um
Curso intensivo para “inglês ver” , para
Acrescentar conhecimentos específicos,
Para que seja o que for.

Os três governantes e quem assistiu,
Os monitores, os assessores
E quem se envolve em processos do faz de conta
Deslocaram-se a Guimarães para ver sorrisos de escárnio.

O governo tem o primado da mascarada
Para que seja o que for, para acrescentar conhecimentos
Numa roupagem que aparenta uma coisa
Mas é outra, bem diferente.
Uma cultura de sepulcros caiados
Passou o ano a distribuir computadores
Empobrece, mais do que enobrece
Os cidadãos sem formação sólida.
Os sepulcros caiados têm trabalhado
Para as estatísticas com sorrisos de escárnio

O país caminha para a ignorância
Impõe à sociedade um clima de auto-convencimento
Aquela máxima legitimada pela evidência:
“Para que hei-de andar a matar-me, se, ao completar
Determinada idade, vou obter o mesmo certificado,

Num ambiente acolhedor, provavelmente com despesas pagas,
Com todos os mimos convencionais,
Com facilidades de todo o género?”.
Já bastam as modernices do Processo de Bolonha.
Bastavam treze anos de aproveitamento

Um natural orgulho interior
Que coroava sacrifícios, de toda a ordem.
Tudo se reduziu a metade e os benefícios são os mesmos,
O que gera tremendos sorrisos de escárnio.

Vivemos dias de circo. O circo que
Espera o Primeiro-ministro,
Depois do regresso da sua
Triunfal digressão com o Grande Corso Europeu.
Bastavam treze anos de aproveitamento
À paulada e à pistola.

A partir do texto original de Barroso da Fonte (20/12/07)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Vila Real e a sua História no Museu que tem o seu nome


Mãos hábeis nascaram nesta cidade
Tiveram acesso a um mar de pormenores
Face à ignorância – que está na moda – da enorme
Contribuição do “Estado Novo”
Para melhoria do país que somos.

Mãos hábeis nasceram com brilhantismo
Que sempre caracterizam o “modus vivendi” do “Estado Novo”
Direi mesmo Vila Real: que mãos hábeis!
A História se transformou em autêntica biografia
Dos ouvintes com mais de 60 anos!

Era o dia-a-dia desta esquecida província transmontana
O quadro de bancarrota, pobreza, fome, analfabetismo
Com sentimento

Mais uma vez se pintou a enorme transformação
Desta região entre 1930 – 1940
E algumas raras imperfeições que macularam
Mas que sempre surgem por melhor que
Se desejasse ser a sua concretização.
Mãos hábeis enumeraram a construção de novas pontes
E pontões, estradas, caminhos e reconstrução dos já degradados

Era o dia-a-dia desta esquecida província transmontana
O quadro de bancarrota, pobreza, fome, analfabetismo
Com sentimento

A arborização que transformou em verde paraíso esta Vila Real
Profundas saudades da bela moldura que envolvia o Marão
Profundas saudades que
Vi pela primeira vez em 1958
Profundas saudades cujo
Total desaparecimento me comove e revolta,
Como a saudade de alguém querido que se perdeu.

Vila Real que se perdeu
Na saudade do primeiro milagre
Do abastecimento de água,
Com múltiplos fontanários nas freguesias.
O saneamento, a rede de distribuição eléctrica,
A reparação da Ponte Metálica,
A construção do novo Matadouro Municipal,

Da Cadeia, do Cemitério de Santa Iria, dos Correios,
Do Quartel do Regimento de Infantaria 13,
Do Palácio da Justiça…

Vila Real, seria ingratidão
Esquecer uma saudade.
Os nomes ilustres de alguns dos autores
Deste autêntico renascimento

O melhoramento das fragas ressequidas
Os ilustres, quiseram nas fragas ressequidas
Dar pão aos esfomeados, nas fragas ressequidas
A luz da Instrução aos ignorantes, nas fragas ressequidas
Sepulturas dignas aos mortos, quiseram nas fragas ressequidas o
Tratamento aos doentes e leite aos recém-nascidos.
(Mas também quiseram fragas ressequidas.)

Era o dia-a-dia desta esquecida província transmontana
O quadro de bancarrota, pobreza, fome, analfabetismo
Com sentimento

É bom lembrar, Nascida durante o”Estado Novo”
Sempre admirei o Professor Doutor Oliveira Salazar
Ele sofreu com o “atraso”, “o provincianismo”
E a “mediocridade” dos portugueses da sua época.
Por isso quis criar uma mentalidade nova.
Por isso quis criar uma Vila Real nova
E para minha surpresa. Uma Vila Real
Eivada de honestidade, patriotismo
E desejo de acertar nas fragas ressequidas.
Como o Professor Doutor Oliveira Salazar.

É bom lembrar que sempre me inspirou o
28 de Maio de 1926.
E não quero deixar de esclarecer
Que o partido está acima do Estado
Das célebres “Camisas Negras”
Da esquerda republicana
De Afonso Costa – figura satânica que
Então vivia.
É bom lembrar que sempre me inspirou o
28 de Maio de 1926.
Não sendo totalmente exemplar.
Era honesto e patriota.

É bom lembrar…
O dia-a-dia desta esquecida província transmontana
O quadro de bancarrota, pobreza, fome, analfabetismo
Com sentimento

………………………………………………………….

Mesmo que o “Estado Novo” não existisse
E uma república de esquerda não fizesse
A guerra do ultramar
Cuspir – lhe – iam em cima
Na década de sessenta tínhamos capacidade
Para opor-nos às “guerrilhas” da
Guiné, Angola e Moçambique
É bom lembrar que em África
Estivemos 500 anos e a França,
Que só ocupou a Argélia em 1830,
Lutou por ela bravamente de 1954 a 1962,
E quando era governada pela esquerda.

A partir do texto original de Ana Maria Aguiar Macedo (17/12/07)

Texto datado de 2/10/2003

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Maldita Feijoada

“Antigamente não havia nada disto e
vivia-se na mesma”

avô

Avô, finado aos noventa,
Sem nunca acreditar que homem
Ou bicho pusesse pata na Lua.
Já no tempo dele se levantavam queixas.
Meu avô contra a ciência galopante paria palavrões.
Uma ciência que paria a cura para moléstias.

“Exageros conservadores” – dirão alguns (e serão).
Por monstros anda perseguido o homem
Palavrões que a modernidade pariu
Palavrões sem licença
Palavrões sem a licença do meu avô.
A ciência nos arreliou a vida
Com uma colecção de monstruosidades verbais
Que nos estarrecem e fazem a vida negra como breu.
A ciência arreliou a nossa vida
Muito descansada a deglutir feijoada de pernil
Ou um arrozinho de pato.

Chegou a ameaça dos palavrões:
Triglicéridos, glicose, displicémia,
Osteoporose e esse danado do AVC.
Chegou a ameaça ás canalizações do cérebro
Com bocados de orelheira fumada;
A ciência pode - nos deixar tombados de vez.
E o enfarte de um tal enfarte do miocárdio;
À conta de cabidelas e postas barrosãs
Arroz doce e pudim de priscos.
O desgraçado colesterol
Põe - nos como um mendigo
A deglutir pão e água;
- Que não é pecado por aí além.

Mas a peregrinação não se fica por aqui.
De caneta na mão, o bom do cidadão
Sabia da contabilidade e finanças,
Duas colunas: uma do deve, outra do haver.
Das despesas e receitas:
De uma assentada a ordem económica.

Mas uma horda vândala de economistas invadiu-nos
Com a inflação, a euribor, o rácio,
Os plafonds, as OPAs, e, como se a língua lusa
Já não tivesse contracurvas e palavrões que bastassem
Ainda foram na lenga-lenga britânica
Um rol de dores de cabeça, tais como: marketing,
Crash, joint-venture, target, royalty, staff, chairman,
Offshore e por aí fora uma horda de
Vândalos economistas trataram das nossas duas colunas
Que se perdeu a contabilidade
Na confusão da tal “engenharia financeira”
O remédio certo para os apertos de algibeira.
Pobre cidadão, a contar pelos dedos,
Na era digital e dos megabites.

Até a ordem natural do bem e o do mal
Na nossa mentalidade de gente
A julgar que a Justiça era uma ciência exacta
Do réu e acusado, culpado ou inocente – se virou do avesso
Com a invasão quotidiana de arguidos,
Prescrições, actos persecutórios, providências cautelares
Auditorias, termo de identidade e residência,
Acções sumárias, instâncias, etc., etc., etc.
E assim o humilde viajante deste mundo
Se enredou na teia dos pesadelos gerados por médicos
Economistas, doutores e engenheiros.
O homem de hoje vive cercado de palavrões,
De termos assustadores,
Inibidores da sua condição de humano singelo
Á procura de entender o que o rodeia.
São os monstros da modernidade,
Ogres que nunca se saciam
E que fazem da nossa vida
O pasto onde rapam o que resta do nosso sossego.
Bicho cercado no mato da retórica,
Atiçado pela matilha verbal,
O homem já não tem saco
Nem o seu pernil com feijão
Sem que se plante a mão ameaçadora
Do clínico, a avisar: - “Olha as cardiovasculares!”.

Belos tempos em que a vida andava
Mais aliviada destas coisas novas
Que parece terem sido inventadas
Para nos tornar mais infelizes.
Belos tempos em que o arroz de pato
Não sabia a colesterol.

A partir do texto original de Francisco Gouveia (7/12/07)

domingo, 11 de maio de 2008

Pedra Pomes X? Só... ando a Dormir? Hipnotizado?

Tempo, não é desculpa, a passividade com que se entra em certos ciclos tem este efeito.
Também a fraca afluência a este blogue, me fazem chegar á conclusão de que:
1. O problema é sempre o público e não dos artistas, a perrogativa de que é o poeta que se afasta do público é pura demagogia. O poeta é o primeiro ariete de mensagens que o resto dos homens prefere relegar para um plano do fantástico. Um bom poeta só ganha os seus 15 minutos de fama depois de morto. O mundo insensível demosntra assim a sua gratidão perante o mundo das artes e letras. É um monumental lavar de mãos.
2. Até ao momento não investi o suficiente na divulgação do blogue, mas se o fizesse e não obtivesse resultados, voltaria ao ponto um.
3. A falta de reação dos meus conterrâneos deixa-me preocupado, já nem se preocupam em calar vozes incómodas, tão alheados que andam nos seus assuntos corruptos; esperam que as coisas se extingam espontâneamente.
4. Parafrasendo Alexandre Herculano - "Isto dá vontade de Morrer!"

Cartas Anónimas ou Poemas

“passados 33 anos de poucas vergonhas,
a ditadura chegou mesmo,
e como é de outra cor…”,

Há uns tempos atrás
Num determinado café da vila
Encontrei uma carta escrita
Não tinha subscritor
Encontrei uma carta anónima.
Resolvi ler o seu conteúdo
Ia fazendo a respectiva leitura,
Equacionava sobre a razão
Equacionava sobre o hábito
De se distribuir cartas anónimas
Ou poemas ( que resolvi ler )
Para confrontar as populações sobre os políticos locais
Para confrontar atitudes protagonizadas.
Isto no concelho de Mogadouro,
Isto no concelho de Freixo de Espada à Cinta:
Versos ou poemas
Para assustar a carneirada.
Na referida reflexão
Num determinado café da vila
Conclui que as pessoas não têm coragem
Conclui que as pessoas não fazem frente aos visados

Acusam:
Na referida carta, o actual Presidente da Câmara
De apesar de ser do concelho,
E de já ter nascido rico,
Nunca quis saber da terra para nada,
Só vinha a Mogadouro nas autárquicas
Para se candidatar pelo Partido Comunista.
Além disso, referem que o Dr. veio da
Pontinha para Mogadouro com o mesmo rótulo,
Apesar do encosto do PSD ter sido há muitos anos,
Este não teve a sorte do primeiro.
Escrevem sobre o vereador das obras
O mais poderoso de todos e o mais ditador
Do Planalto Mirandês.
Atacam de forma arrasadora
O vereador Dário e esposa,
(O primeiro já arranjou
um lugar para a esposa perto dele)
Ironizam o casalinho de engenheiros de Tó,
De possuírem diplomas da
“Universidade” dos Carvalhais (Mirandela).
Argumentam que são
Tão competentes e honestos que,
Em 2004 nas eleições para a Cooperativa,
Vincaram a sabedoria que têm,
Reunindo aves de rapina,
Ao ponto de ameaçarem a outra lista a desistirem,
Senão eram despedidos dos empregos.
Os visados sobre
As eleições de 2007 para a Cooperativa,
Para evitarem a concorrência às eleições
Foram silenciosos,
Os abutres fizeram tudo à maneira deles
De forma a não deixar funcionar a Democracia.
Para concluírem, acusam os que saíram em 2004
De que para apoiarem e cederem o lugar ao casalinho
Comungam da mesma ganância,
E que estes mesmos “democratas”
Já se estão a preparar para fazer o mesmo ao
Lar de Terceira Idade de Mogadouro.

Que mal terá feito o casalinho aos autores
Que mal terá feito o Presidente da Assembleia Municipal
Que mal terá feito o candidato PSD à Junta de Mogadouro

Tudo leva a crer que os versos e poemas tenha vindo
De alguém do PSD que, presentemente, ou
Não se identifica com o actual executivo ou
Que, por algum motivo, não se sente encostado.
Isto no concelho de Mogadouro
Num determinado café da vila
Deixa sempre a população insegura
Deixa as eleições para a
Santa Casa da Misericórdia de Mogadouro inseguras
E o Lar de Terceira Idade inseguro,
Uma vez que existem duas listas
Dois dirigentes do PSD
Um é o actual Vice-Presidente da Câmara,
O outro é o actual poderoso vereador das obras,
Em rigor, este facto na sequência
Da derrota do Dr. Marques Mendes.
Isto no concelho de Mogadouro
Não tardará muito que regresse
Um passado de má memória.
Num determinado café da vila
Conclui que as pessoas não têm coragem
Conclui que as pessoas não fazem frente aos visados
Conclui que eram despedidos dos empregos
E assim encontrei uma carta escrita
Não tinha subscritor
Encontrei uma carta anónima.

A partir do texto original de Hirondino Isaías (14/12/07)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Carracó e as éguas

- “Minha senhora estas sardinhas são grandes e boas,
são autênticas éguas. Éguas.”

Começo por algumas generalidades Carracó…
Homem de pêlos hirsutos
No queixo, desconfio e de um arremedo
De bigode, pele sulcada por traços negros
De sujidade muito ao gosto da época
Nas camadas mais pobres e desprotegidas
Apesar de alguns donos de terra e vacas em sextuplicado
Mostrarem alegre conflito com a higiene,
Como nas novelas de reverberantes bafos de onça.
Assim eram, tempos de sujidade ao gosto
Traços negros de carestia marcados a escopo e cinzel
Casta de visões dantescas.
Carracó vendia sardinhas na época delas
Andava de aldeia em aldeia a fazer
A história da alimentação,
A quantas portas abriam por sardinhas.
Carracó o sagaz vendedor muito ao gosto
Da época, exprimia estridentemente
São grandes e boas, são autênticas éguas. Éguas.
Entende-se perfeitamente as éguas
Fêmeas do cavalo além de muito requestadas
Pelos senhores padres e todos quantos
Gostavam de montadas mais dóceis e seguras
Gostavam da sua nédia opulência,
Não atingindo ainda a plenitude rabeira.
São grandes e boas, são autênticas éguas. Sardinhas
Dóceis e seguras, mortas
Gostavam da sua nédia
Opulência
Sardinhas que colocaram Carracó no coração de alguns donos
De bons pedaços de terra e vacas
Donos que mostravam alegre conflito com a higiene.
São grandes e boas, são autênticas éguas. As sardinhas
Saltavam da caixa, eram fritas, provocando contemplações
Salivares nos felizes contemplados
Provocando nos vizinhos desinquietados
Contemplações salivares pelo forte cheiro
Proveniente do preparo histórico.
Uma égua por três ou duas pessoas – autêntica égua, presumo –
O progresso é evidente, bolos todas as manhãs.
Sem Carracó… sem ratinhos, sim os filhinhos dos leirões,
Fritavam-se envolvidos em ovo,
Dando-se até há primeira adolescência
Aos que mijavam na cama. E os colchões de palha
Ou folhelho não aguentavam tanto banho de ácido
Além dos bichinhos atraídos pêlo odor.

A partir do texto original de Armando Fernandes (13/12/07)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Condescendência, por favor.

Sou um diletante,
o Novo João da Ega.
Aquele comunicador
de outros mundos
que se auto presenteia
com a complacência
dos guarda sóis.

Na varanda, no balcão
no banco do automóvel...
Ideias: corredores infinitos.
Inanimado mas forte
como as esculturas
dum tempo de faculdades graves
como um fraque rejubilante.

Porque somos assim?

Desde há muito que vivia intrigado
Quem somos? Porque nos comportamos assim?
Sem que se tornasse uma obsessão
-“Professor, porque somos assim?”

César havia dito: “Há, nos confins da Hispânia,
Um povo que não se governa nem se deixa governar”
Os conservadores resistentes iam recuando
Recuaram que aqui chegaram
E por aí ficando
Num território do qual não era possível fugir
Porque a seguir só havia mar.

Depois vê-se que nasceu Portugal
Uma batalha entre Dona Teresa e seu filho
E este, promessas,
Não se submeteu à vassalagem de Leão.
Somos um povo com mais de 850 anos
Povo insatisfeito, nunca acomodado,
Povo mar a dentro. Povo de promessas.
A 1910, a República, depois do regicídio.
Sucederam-se governos em constante regabofe.
Em 1921, Salazar (uma promessa) é eleito deputado,
E este, promessas, um dia permanece.
É chamado à vassalagem, em 1928, para assumir
Resiste e só aceitou depois de terem concordado
Com as condições de vassalagem que propôs.
Descendente de humildes proprietários agrícolas,
Humilde Salazar rodeado pela “Brigada do Reumático”,
Afastou-se do seu povo e impôs a ditadura que
Não passou de autoritarismo; condições de vassalagem.
1969 Mais uma vez, a “Brigada do Reumático”
Impôs a sua vontade.
1974 a democracia foi estabelecida.
Capitães, desagradados com os milicianos
Que não tinham a sua disciplina, o seu rigor e a sua classe.
E o povo aderiu à revolta em constante regabofe
Chegam os políticos do exílio
Spínola não concorda e seguiu como as Províncias
Portugal seguiu a Democracia,
Províncias a ditadura e a guerra civil.

Para a União Europeia entrámos
Quem fiscalizou
Não houve um único Governo.

Não houve um único Governo
Que fiscalizasse dois milhões de pobres.
Saibamos aproveitar esta última oportunidade
Para submeter à vassalagem os descendentes
Dos resistentes às antigas civilizações,
De uma vez por todas,
Acordem e governem ou se deixem governar.
Não podemos aceitar que
Se continue a insistir com direitos adquiridos
E outras regalias injustas.
Aos descendentes das antigas civilizações.
Portugal é de todos os portugueses,
Com os mesmos direitos,
As mesmas liberdades e as mesmas garantias.
Na trilogia Deus, Pátria e Família

Não mais à trilogia “Eu, Eu e Eu”.
Todos queremos mais e melhor vassalagem
A vassalagem tarda.

A partir do texto original de Olivério Teixeira (?/09/07)

terça-feira, 11 de março de 2008

Ambar de Carne

Amber Lynn, é natural da Califórnia, esse estado americano conhecido por Hollywood, mas que também alberga o maior pólo de fabrico de filmes para adultos.
Na adolescência, Amber, trava contacto com a esposa do dono da revista Hustler, e achando que seria bem sucedida no mundo do cinema pornográfico fez um teste e iniciou a sua carreira em 1983, então com 20 anos. Juntamente com Ginger Lynn e Porshe Lynn, formou o trio The three Lynns (As três Lynns) para além de ter sido considerada um dos ícones do cinema para adultos nos anos 80. Depois de um turbulento momento que abalou o mercado decidiu abandonar a indústria das carnes, para de dedicar á dança erótica no Canadá. Mas entretanto mudou de ideias...
O retorno ás filmagens não foi bem sucedido; após altos e baixos a actriz retorna aos filmes em 1999 para realizar pequenas actuações de modo a propiciar uma melhor vida depois dos problemas de álcool e drogas.
Para os mais enfezados a fotografia que aqui apresentamos apresenta Amber numa atitude merecedora de aplausos de muitos homens, e as mamas (mas quem se importa) são de silicone e explanam bem a mulher fatal que sabe o que quer!

Dois milhões de portugueses esfomeados

O Presidente da República disse que era uma vergonha
Para todos nós, o nível de miséria a que chegámos.
O Presidente da República disse que era uma vergonha
A fabulosa soma de dez milhões de euros por dia.
Há mais desigualdades entre ricos e pobres
Vinte em cada cem portugueses caíram na extrema pobreza
O Presidente da República disse que era uma vergonha
Vinte em cada cem portugueses
São uma vergonha!

Trinta e três anos de demagogia andámos todos a brincar
Abonam as desigualdades nestes
Trinta e três anos de demagogia
Numa sociedade que trocou tudo pela liberdade
Foi em nome dela que se justificou a Revolução de Abril
Foi em nome da extrema pobreza
Foi em nome de todos os pretextos
Foi em nome da enxurrada de igualdade, justiça, paz social
Foi em nome da aragem e do clima irrespirável
De vinte em cada cem portugueses

O Presidente da República disse
Que era uma vergonha. Paciência!!!
Vila Real (distrito). São pacientes que são
Os primeiros a cumprir
E os últimos a receber (as sobras).
Desprezadas albufeiras abastecendo o país
Desprezados seis da mesma família que
Dorme num moinho a apodrecer
Como cogumelos em pleno Outono.

O Presidente da República disse que era uma vergonha
Sem que o fisco ou os tribunais possam intervir.
Um perdão de quinze milhões de euros a um filho rico
E as vacas magras a caminhar para o suicídio social.
Custa reconhecer, na praça pública. Um paradoxo
De dez milhões por dia, de dez milhões por dia…
Custa reconhecer…
Que os ricos antes do 25 de Abril fizera-se do nada
Que os ricos hoje nascem por geração espontânea.
O Presidente da República está cá para os defecar e
Disse que era uma vergonha.

O governo da paz anunciou
Sucessivas políticas castradoras
Direitos adquiridos vilipendiados
O governo da paz anunciou
Que os direitos adquiridos
Que deram o corpo ao manifesto
São um bolso para ser assaltado
O governo da paz anunciou
Quanto mais dinheiro vem,
Mais a miséria aumenta.
O Presidente da República disse
Que era uma vergonha.

A partir do texto original de Barroso da Fonte (?/09/07)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Alicia Rhodes

Aos 30 anos de idade, é considerada por muitos especialistas a melhor actriz britânica do momento, superando a performance das actrizes com 20 anos. Mas o que nos dizem mais esses especialistas...? Não sei como se pode ser especialista em pornografia, são precisam quantas horas?
É como aprender a ser piloto aviador?
Como podem ver na fotografia a nossa bela jovem tem 3 grandes predicados, os volumosos seios naturais, o seu aspecto reconchudo e inocente, e por último a intrepetação animal quando copula. Quanto a esse ultimo aspecto podem aventurar-se em várias páginas da interner; e espero sinceramente que aguentam as vossas calças em cima durante um período significativo!

Pedra Pomes VIII

Heróis da Praia Doce

O Douro era veia aberta, sem a esclerose das barragens
Rei rebelde em tumulto
Com humildes súbditos afluentes
Valentes diluídos ao primeiro impacto
Onde fazia enseada (S. Adrião e Tedo),
Era o sítio onde nasciam os heróis.
Nus, corpos magros da fome e
Endurecidos pela chibata do tempo
Crianças de margem a margem
Nadavam num desafio de aventura
(A glória nem sempre é o prémio dos audazes)

Eram doces as maçãs e as pêras
Que se comiam do pomar selvagem
Era doce a água do rio amigo,
Eram doces os nus, corpos magros
De fome e endurecidos pela chibata do tempo
Heróis de outros tempos,
Desejosos de trepar aquele Olimpo infantil
O único onde era permitido
Sentarem-se plebeus miseráveis

Heróis saídos de tocas imundas de sol a sol
Os filhos haveriam de cuspir amarguras
Ao estalo dos encarregados,
Carregando o betão da modernidade,
Nas cidades longínquas.
Os netos, embrulhados em surrados sobretudos,
Botainas de pneu,
Esfregando as mãos do frio que gelava
As salas das universidades
De um Portugal soturno. Heróis de hoje,
Confesso que me arrepio.

Heróis deste país agora são outros
Caras chapadas de disfarces
Nos rectângulos das TV’s,
Poses circenses nas capas das revistas,
Mas algo saudável resiste no mundo
O trapo em se transformou o ser humano
Crianças de margem a margem

Para quem queira aprender
Alguma coisa sobre coragem
Aprenda com os fantasmas da praia doce
Eles desafiavam a
Turbulência assassina do rio, por nada,
Assim também agora é preciso muita coragem,
Por nada
Para desafiar estes novos tempos de pressa,
Egoísmo e demência.
Esse nada cheio de valores maiores
Amarguras endurecidas pela chibata do tempo;
Heróis de hoje, onde é permitido
Sentirem-se plebeus miseráveis
De um Portugal soturno.

A partir do texto original de Francisco Gouveia (22/11/07)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Amor Amore


A menina desta semana, possui um salvavidas que nos ajudará em caso de afogamento.
No manual de instruções diz: "Agarrar com habilidade as boías no caso de cair á água."
Parabéns Alexis Amore, por nos porpocionares a salvação (do corpo).



Pedra Pomes VII

A Grande Alienação

Em Portugal está a tornar-se cada vez mais difícil
Escrever crónicas. Em Portugal é simples
Raramente aparecem novidades. Em Portugal
Alguém andou a secar isto.

Todos os dias, todas as semanas as capas
Anunciam-nos capítulos do caso Maddie
Roteiros dos melhores restaurantes
O sucesso de um banqueiro, do special one,
Todos os dias,
Todas as semanas capítulos de intimidade

O país vive com esta alienação, o país vive com
Os roteiros dos melhores restaurantes
É realmente pertinente desviar as atenções
Em privado, fazendo-nos o favor de nos
Deixar entrar na intimidade
Dos roteiros dos melhores restaurantes.

Cioso da sua intimidade Sócrates em privado
A apertar a gravata, a apertar, a apertar
O cinto ou fazer outras tarefas,
A apertar assuntos importantíssimos
Dificuldades que sentimos diariamente
Como apertar a gravata.
O país vive com esta alienação
Falando em sucessos atrás
De sucessos; a redução do défice
A níveis nunca conseguidos.
E se mesmo assim há quem
Se queixe é calaceiro e mentecapto.

Cinicamente os que lêem reagem.
Não me importo que se riam
A verdade acreditando nos tempos que vivemos
É de ouro e de embandeirar em arco
São tempos propícios ao perdigão
Mas até esse um dia deixa de ser referência
Todos os dias e todas a semanas
E Portugal está a tornar-se cada vez mais difícil.

A partir do texto original de António J. Fortuna (22/11/07)

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Um pequeno sopro de Sul [Caliente]


Espero que compreendam, neste blogue, o que se promete é para cumprir, logo a partir de hoje apresento a primeira menina. Para saber mais vão há Wikipédia, e procurem lista de actrizes pronogáficas. Por agora, fiquem a conhecer a Adriana Sage.

Pedra Pomes VI

“Igualdade de Oportunidades”

Afinal o que se passa no nosso país?!..
Será que as prioridades do nosso país
Se compadecem desta ideologia?
Se quisermos sobreviver direi que, não!..
Será que estes valores e princípios se compatibilizam
Com os tradicionais da matriz portuguesa?
Em boa verdade e pela defesa da nossa identidade
Direi que não!..

Maçonaria doutrina rótulo
A fraternidade e a filantropia
O triângulo e o compasso
Sociedade mais controversa da história
O hermetismo uma identidade pouco clara
Uma postura pouco transparente

Maçonaria e maçons
Todos se defendem uns aos outros
Não aspiram ao poder ou a tê-lo teoricamente
Ao serviço dos seus interesses e princípios

Naturalmente prestou uma valiosa ajuda à “Carbonária”
Uma aliança umbilical com os “valores republicanos”
Uma aliança umbilical com a jovem república
Minando a soberania
A presidência da república ao parlamento
Marcando bem visível presença
Quando não podia dominar procurava destruir

Depois de uma certa clandestinidade
O poder emergente dos “ideais de Abril”
fez-lhe a entrega de bens
Indemnizações antes exploradas
Uma estratégia táctica de servir
E de se servir de um poder sem ideologia
Às claras estavam criadas condições
Para a maçonaria aparecer
Assim como o direito à desconfiança do que se passa
Naturalmente a instituição apresenta projectos para o país
Naturalmente imbuídos daquele espírito da “Carbonária”
Naturalmente eivados de um acirrado laicismo e
Naturalmente relativista
Naturalmente inspiram leis que regem o povo
Há que fechar a igreja na sacristia
Há cristãos para ignorar
Há que fazer tábua rasa
E secar as suas raízes vitais
Há que negar a história da pátria
Mudar o sentido das instituições à sociedade
E fechar o homem nas escolas e na comunicação social

A partir do texto original do Mestre em Bioética Acácio Valente (20/11/07)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Pedra Pomes V

As mulheres já brincam com transmontanos

I

Isto foi há vinte e tal anos
Afinal só mudaram as moscas

Com os transmontanos não se brinca
Costumava dizer-se nos tempos em que eu nasci
Isto foi há vinte e tal anos
Afinal, só mudaram as moscas

Por bem davam a camisa do corpo
Por mal era o diabo
O lodo em cima das costas
Um na cadeia e outro no cemitério
Natureza instinto de vingança deus vivo
Um deus de cornos e de testículos que
A gratidão dos fiéis cobre de palmas
De flores de cordões de oiro e de ternura
Um deus a quem dão gemadas e cervejas,
Para que possa inundar as vacas as moças
Os moços de certeza…viril para reagir a todas as cornadas

II

Depois de ler a entrevista de 14 do corrente
(Isto foi instinto de vingança)

A majestade:
A majestade afirmando que recebeu a queixa sobre Sócrates
E que alguns dos ataques que têm surgido contra mim são
Claramente machistas e não teriam acontecido se eu fosse homem

Esta sumidade feminista quadrada como o ecrã
Que a leva a casa do telespectador
Saneou mais cinco outros
Uma dessas vítimas é invisual
E gabou-se de que abriu 778 processos
O que dá uma média de três por dia
Incluindo os Domingos
Por isso foi reconduzida à pressa
Mesmo depois de rebentar a bronca com Charrua
Só que este é transmontano e deu à língua…
Por mal era o diabo
O lodo em cima das costas

Charrua quebrara o dever de lealdade
O professor de Inglês uma dessas vítimas
Um fim de semana lhe assaltaram e
Profanaram a privacidade
Não se contentou ela em remexer a
Secretária que ele ocupava
Em violar o computador pessoal
Em profanar a intimidade
Que qualquer cidadão tem direito a ter
Mesmo no seu posto de trabalho
Se calhar até a notável majestade
Tem no gabinete que ocupa os pensos higiénicos
Os batons e outros cosméticos que a idade aconselha
Talvez o professor saneado pudesse ter por lá preservativos
Lubrificantes e outros
Produtos afrodisíacos e gemadas de cervejas
O professor tem hoje o dever de falar
Da educação sexual e de todas as cornadas

III

O editorial do (…) de 15 do corrente, foi claro
A Ministra ainda não demitiu a majestade
Tornámo-nos realmente num país de
Bananas onde cada vez menos
Fazem frente ao candidato a autocrata
Que manda neste canto da Europa
País onde se dobra a espinha
Se mendigam benesses e gemadas de cervejas
Se calam opiniões se vive acobardado
Se justifica tudo remetendo não
Para a inteligência mas para as conveniências
Sou transmontano e solidário com esta vítima
Que também o é
Sou mais velho do que ele
Um deus de cornos e de testículos que
A gratidão dos fiéis cobre de palmas,
De flores, de cordões de oiro e de ternura

E já não tenho idade nem saúde
Para me envolver em cornadas
De contrário, gostaria de bater-me
Porque já ocupei um cargo equivalente ao dela
Camaradas seus tentaram fazer-me
O que ela acaba de fazer ao Charrua
Sou transmontano
E já não tenho idade
País de bananas

(17/11/07) a partir de texto original de Barroso da Fonte

Comunicado

Este novo poema faz aparecer uma pequena subtileza, tal como tinha referido os poemas são baseados em textos escritos pela fina flor da opinião jornalística transmontana. A partir de hoje, a pesquisa que efectuei permite apresentar os autores, deve-se então estar mais atento não vá aparecer algum grande poeta. Creio que o que vos apresento hoje, é pelo contributo e pela voracidade com que ataca em várias frentes um poeta dionisíaco, a sua temática favorita parece é a defesa uma abandonada musa reumática. Vê-lo-emos por cá mais vezes.
Espero mais para a frente apresentar uma nova temática que irá acompanhar cada poema. Ao jeito da Playboy irei apresentar fotos de beldades do mundo pornográfico, está certo que a Palyboy é mais comedida e escolhe meninas que cometem obscenidades frente ás câmaras mais tarde.
Gostaria com este jeito adoçar estes amargos poemas.
Por último informo os visitantes (ainda raros) que na próxima semana é muito provável que não actualize este insultuoso antro que expõe poetas que se desconhecem a si mesmos.
Espero - por Lúcifer - que isto não se repita mais vezes.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Pedra Pomes IV

Haverá permissão para matar as ratazanas?

Nunca. A vida não se discute nunca.
E a eliminação voluntária de seres humanos em gestação.
Ainda por cima os ratos andam aí,
Pela vontade de alguém inconsciente com a conivência do estado,
Com a anuência de uma sociedade indefesa.

Actos livres para as ratazanas.
Gulosas ratazanas,
Destino fatal que coincide sempre
Com a tendência da lei, lei clandestina.
Como se evitar uma ratazana não desejada?

Virá aí um autêntico capricho homicida
De um rato fanaticamente empenhado,
E uma Europa decadente e envergonhada pelos ratos.
A ratazana é evidente, em termos sociológicos,
Um resultado conseguido com a grande influência
Dos partidos da esquerda, dos meios de comunicação social,
De tudo o que vem de fora, de quem hoje detém o poder e,
Também, de um laicismo totalmente anti democrático,
De um total ateísmo que prolifera nesta Europa.
Aqui, como na grande maioria dos países,
Em que as ratazanas já matam futuros seres humanos,
O que é socialmente aceite, adoptam-se, agora,
Medidas para os eliminar legalmente,
O que parece ser o princípio do fim.
E depois virá o reboque da sua população
Com a contribuição de eventuais sacrifícios
Dos seus progenitores. Vai tudo na frente dos ratos…

Antes os ratos não ratavam e nem podiam.
Apanágio dos nossos grandes antepassados
Com o espírito de sacrifício,
A dádiva por causas não materiais,
A religiosidade, a honorabilidade.
Como evitar uma ratazana não desejada?
Sob a capa sinistra da tolerância democrática.
E as ratazanas sentem tais valores
(paganismo, ateísmo, hedonismo, relativismo,
Indiferentismo, utilitarismo material).

As ratazanas já estão em cima da crise civilizacional,
Deste continuado e tradicional vale de
Profundos atentos radicais.
Haverá permissão para matar ratazanas…
Não sei o que um dia virá….
Serão Ratos ou Homens!?

(5/03/07)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Pedra Pomes III

Poema a partir de um discurso de opinião

Os meses de Agosto e de Setembro
Foram férteis em notícias bombásticas.
Para desgraça da lusa raça.
Só os emigrantes que, desde a década de sessenta,
Nos têm vindo a aliviar,
Com as suas receitas e a sua tradicional paciência
De senhora de Fátima
Para perdoar como bênção divina,
Alegraram este palmo de terra
Que mais parece uma horta de couves
Que não chegam para matar tanta fome.
Enfermiça e galopante caminhada
Para o desespero colectivo
Da nossa moribunda esperança e ancestral credibilidade.

Quase nove séculos.


Épico Portugal - império que chegou
A ter comando do mundo inteiro.
Hoje as armadas podem revelar,
O património de cada país.
Contudo, parecemos um bairro de
Burgueses beatos que brinca com a
Paciência dos submissos labregos,
Como quem atira côdeas de pão a cães enrugados que,
De famintos, já nem têm força para ladrar.
Quase nove séculos: o cancro do futebol.
As cadeias que temos já não chegariam
Para albergar a rapaziada.
De que valeram bandeiras em todas as sacadas,
As manifestações de júbilo pelo 4.º lugar,
Os dez estádios em que se esbanjaram (sem construir prisões)

As poucas barras de ouro que
Ainda restam do Salazar!

Quase nove séculos: Já passou tanta água
Debaixo das pontes da nossa fundação colectiva.
Como o bom senso aconselharia,
Será que a Justiça funciona como uma âncora e
As instituições merecem a credibilidade de
Quase nove séculos de sangria acumulada
E de História eloquente que mostrámos ao mundo e
As poucas barras de ouro que
Ainda restam de Salazar!
Quase nove séculos depois: Soube-se que,
São autuados, diariamente, milhares de cidadãos
Que correm para ganhar o pão que comem ou o pico
Para partirem o pão, deixando impune quem come
Á nossa custa e não usa pico.
Os políticos são implacáveis,
Com a eterna moralidade dos bodes expiatórios,
E com as poucas barras de ouro que
Ainda restam do Salazar.
Quase nove séculos depois: Gastos com estudos
Que quase duplicaram.
Sócrates encomendou estudos, pareceres,
Projectos de consultoria a entidades externas
Á administração pública, no valor de 77,7 milhões,
Contra os 43,6 milhões gastos em 2005.
Muito estuda ele. É sabedor.
Meus leitores,
A quem alguns desses estudos foram encomendados,
Á Fundação do Mário Soares (36 mil euros)
E á do Ministro da Defesa,
Severiano Teixeira (72,5 mil euros).
Compensando camaradas para atenuar logros
De círculos uninominais
– e a infeliz coesão do povo á volta de um algarvio –
Com as poucas barras de ouro que
Ainda restam do Salazar.
Quase nove séculos;
4 mil dirigentes da função pública comendo,
Bebendo, viajando e repousando,
Custam ao estado 9 milhões de contos.
Consta que, naquela semana, o Governo que tirou aos
Funcionários direitos adquiridos,
Alargou esse suplemento mensal
A mais 32 titulares de cargos de comando,
Direcção e chefia da GNR: zelosas e abençoadas barrigas;
E as poucas barras de ouro que
Ainda restam do Salazar.
Quase nove séculos depois: Que bela sociedade,
Onde se aperta o pescoço aos pacientes,
Alargando o colarinho aos gordos e bacorinhos,
Exótica mania de coleccionar quadros de feira;
E as poucas barras de ouro que
Ainda restam do Salazar.

(20/09/06)

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Pedra Pomes II

Mote: sensibilizado com a ingenuidade,
oxalá optem por ajudar,
em vez do castigo severo de uma masmorra na torre de windsor

Uma vez, um evadido palerma fugiu para Lisboa. Lisboa?
E o palerma não desviou o olhar, e não perguntou para onde ia a nave.
Tenho pena de ti, fugias; claro para uma grande aventura.
Sem conselho sobre o melhor método de fugir.
Se sabes fugir, escolhe um destino menos primário.
Algum com jeito, para fugir. Lisboa não!
Em cada esquina desta cidade há uma palmada para dar nos putos como tu, um soco para por na linha ânsias, e outras coisas piores… que apanhar bofetada.
Gostava muito de te orientar a escolher outro destino para fugires.
Mas neste momento, não sei se sabes, o mundo cá fora também não anda nada bem e mesmo que queira, não te sei ajudar.
Advirto-te, foge para onde não morras de fome.
Lisboa só tem maresia, cantos genuflectidos e cheiro a escabeche, que não é grande coisa para enganar o estômago de um palerma como tu.
Lisboa engana, é moça. Não te voltes, não desperdices os enganos da juventude com capitais do equívoco, onde o povo se inflama cheio de boa vontade; e isso não enche barriga, e ainda te roubam a merenda de comida de plástico.

(5/08/06) Extra


60 Anos

Isto era da terra e o povo sempre o quis de volta.
A população local que sempre desejou
A volta do seu túmulo, com o retorno do sarcófago,
Com o regresso do túmulo
Nem sabem a alegria que lhes vai na alma.
Recorde-se que a saída do túmulo
Nos anos cinquenta para a matança do porco,
Numa quinta de Constantim, motivou rancor,
Sendo, depois, levado para
A Quinta da Chamusca, em S. João do Estoril.
Foi doado ao Jardim Zoológico de Lisboa.
Porém, um tratador de animais, pouco escrupuloso,
Não salgou lá dentro os rinocerontes brancos,
Assim eles coçaram lá os cornos. Os seus donos,
Ao saberem disso, retiraram o sarcófago do Jardim Zoológico.
A população local sempre desejou a volta do seu túmulo.
Um espaço ao lado da Igreja foi o local onde ficou colocado
O sarcófago que continuará a pertencer aos seus donos,
Embora com a promessa destes
Que nunca será pedido, de volta.

(12/08/06)

Pedra Pomes [Aviso]

Como existem muitos curiosos e principiantes nestas aventuras, decidi - e porque é início do ano - acrescentar à mensagem semanal, a partir de hoje com o nome de pedra pomes, um presente.
Espero que a dose dupla vos agrade.

BEM VINDO